Simple Math

Acho que aquela sensação do “e se” vai sempre devorar um pedaço de mim quando surgirem essas suas pequenas manifestações na realidade que me esbarra. Vou sentir seu gosto amargo e uma dorzinha no peito que eu não vou saber distinguir se é vontade, saudade ou medo vai penetrar a minha barreira mais profunda. Vou continuar criando mil e uma trilhas sonoras para o nosso possível, que já foi, e não volta. Acho que a imagem da sua boca encostando na minha é apenas uma parte materializada da minha alucinação, porque não sei como o teria renegado se tudo fosse como eu hoje vejo. Todo esse monte de realidade que não foi parece que nunca virá a ser.

Tenho pensado nos meus "7 dias" de 2013 com um serzinho aí, que agora parecem tão surreais. História para outra hora.

Enfim, 60 quilos. Esse montante de feriados e ressessos e mil e um ovos de páscoa (que ainda não acabaram) não fizeram bem para mim. Tinha chegado aos 61,5 há uma semana atrás, mas consegui diminuir (o meu maior peso nesses 19 anos de idade foi ano passado, 62kg, então voltar para a casa dos 61, que eu tinha conseguido me manter afastada, foi um susto). Pelo menos li bastante. Tentando avançar na meta de ler 30 livros esse ano, mas li apenas 6. É uma forma deliciosa de esquecer o mundo, a fome, as pessoas. To muito introspectiva, mas não ligo. 

Ontem foi um almoço leve - filé de truta e arroz com brócolis -, mas mesmo assim eu preferia tê-lo evitado (só que era impossível, minha mãe fazia questão de me levar para almoçar). Não comi mais nada até a noite, que foi recheada por cerveja, 1 barra de chocolate e som pesado num showzinho legal que fui com um pessoal. Esse final de semana foi especialmente difícil de fazer dieta, já que além de ontem, hoje fui obrigada a almoçar em família. Pretendo fechar o dia por agora e fazer um NF de pelo menos 24 horas (acabaria amanhã 14hrs). Não acho que eu tenha chegado aos 57, mas espero de coração ter abaixado pros 58 e qualquer coisa. BEM melhor que engordar. 

No show uma amiga veio me elogiar e dizer que estava com "inveja boa" porque eu podia usar uma blusa mais curtinha e ficar bem porque sou magra e ela não podia porque era gorda demais. Fiquei meio sem saber o que falar, porque ela realmente é maior e eu fico toda "emagrecer, emagrecer, emagrecer", como vou falar para ela "parar de bobeira"? Detesto essas situações. Também me senti meio estranha porque ignorei o elogio e fiquei um tempão pensando no que ela disse depois: "tomara que você emagreça mais ou fique assim para poder usar essas roupas sempre". Eu sei que o "emagreça mais" saiu sem querer, mas foi o que a minha mente mais fixou. Bom, de qualquer forma, estou cansada de me encaixar no padrão de "magra normal".

Entorpecida. Fico olhando as pessoas postando mil coisas no Facebook, vendo minha família conversar e desejando que ninguém note a minha presença. Estou num daqueles dias em que não sentimos nada, como um saco vazio. 

Dando sinal de vida apenas para dizer que me pesei hoje e permaneço nos 59.1 (dia 31 de março também foi esse número que eu vi). Recuso-me a reclamar apenas porque essa semana eu só restringi terça e metade de quarta (a noite foi... complicada) e eu esperava estar pesando bem mais (thank God não estou perto dos 60). Bom, meu desempenho na faculdade decaiu um pouco esse bimestre e isso me tirou do sério, mas já estou melhor.  

Não tenho muito o que dizer que estimule alguém. Estou decidida a vir aqui segunda-feira com a notícia de que atingi a minha primeira meta: entrar na casa dos 57. Acho que a última vez que pesei menos que 58 foi há quase 1 ano atrás. Torçam por mim, porque a minha motivação para o final de semana serão vocês. :)

Gorda. Indesejada. Burra. Nojenta. Insuficiente. Sempre, sempre, sempre.

Whatever. Eu poderia ficar horas reclamando sobre onde eu moro, sobre com quem eu moro, sobre o meu corpo imenso, sobre a faculdade, sobre o meu cabelo, sobre as minhas relações, sobre a minha cara e isso não ia mudar nada. Então como castigo, por estar falhando em tudo, vou fechar a boca e tentar tirar da inércia essa vidinha de merda. Pelo menos isso eu posso controlar. 

Início: 7.04 - 18h.

Não tenho nada essencialmente importante para falar. Estou pensando muito no que a Larissa falou e no quanto faz sentido, sobre eu me cobrar demais, pensar demais, querer demais. Um garoto que conheci já falou que ficou indignado com o quanto eu me reprimo (ele me conhecia há apenas 2 meses e já havia percebido), já escutei inclusive que fico o tempo inteiro me impondo limites, então quando eu surto, eu libero uma energia que assusta até a mim. Talvez que a melhor coisa seja tentar me dar um tempo mesmo (isso vai ser um treinamento, com certeza).

Então! Agora um assunto mais interessante: comida. haha Amanhã é dia de me pesar e eu SEI que esse final de semana foi um fiasco. Como as minhas provas acabaram sexta-feira (comemorando que esse período chato já está na metade), agora tenho mais tempo para a) exercícios e b) focar em emagrecer

Eu tava pensando seriamente em começar alguma dieta realmente restritiva, tipo a ABC, primeiro para me testar e segundo para forçar meu teto calórico para baixo. Não tenho problemas em dormir com fome e só tenho 1 horário no dia que me observam se estou comendo, então acho que dá. Queria saber de algum lugar onde eu possa ler mais sobre como nf ou lf afetam de fato o metabolismo. Se alguém souber, me fala!

Ah, e Alie, obrigada mesmo pelo elogio ao layout! <3 Btw, "talvez se eu fosse aquela criança bonita da turma que todo mundo gosta", eu também já me perguntei muito isso. Mas não dá pra sabermos, né? Então a gente vive com o que se tornou.

Protagonizei "O" surto esta madrugada. Foi feio. Acordei com a vergonha latejando dentro de mim. Ainda não entendi porque minha mãe está puro carinho comigo e não veio sugerir que eu devesse tomar um estabilizador de humor. Acho que é porque ela se sente culpada. Por um lado ela foi. 

Comi bem mais do que eu planejava ontem, mas o problema mesmo foi a noite, que eu bebi sem nem prestar atenção. Estava legal até meus amigos e eu começarmos uma brincadeirinha sem graça que me tirou do sério. Fiquei reclusa para não incomodar depois de ter perdido a paciência, até que minha mãe resolveu me obrigar a ir para casa. Falei que não ia e saí andando. Minha mãe falou umas merdas sobre eu estar "prejudicando a imagem dela" com o meu comportamento e aí pronto. Enfim

 Hoje já comi 1 pacote de 50g de Ruffles, castanhas de caju e chá gelado. Pretendo não comer mais nada.